E essa violência vem tomando proporções sem controle. Acho então que além dela trazer medo e fobias também vem despertando algo ainda mais repugnante que ela mesma: A sensação de banalidade. É, a violência vem se tornando algo banal, cotidiano e apêndice institucionalizado de nossa sociedade. Lá naquela cena os passantes não se assustaram, não se indignaram, ficaram só a admirar a tragédia alheia. E inclusive tirar foto do morto para vender à jornais e programas censasionalistas da Bahia. Procuravam o melhor angulo da cabeça aberta e da cara pálida do cadaver. Acho que se pudessem e tivessem na hora passariam nele até um pó compacto para dar mais um ar de realidade a cena.
Falta de caráter, falta de sensibilidade? Pode até ser . Principalmente, entretanto, houve ali, de forma representativa, uma encenação cotidiana da banalização da violência e de seus tentáculos de intimidação.
Uma senhora me disse: " Era Vagabundo que morreu? Se foi, tem que morrer mesmo, Graças a Deus!". É assim que as pessoas estão se tornando. Frias, sem amor ao outro, ou consideração. É claro que chega a ser uma atitude um tanto quanto altruísta e cristã demais ter piedade e amor a um ladrão ou a um traficante, assim pensa a maioria. E realmente seria até ilógico, pensa a nossa alma, pelo menos no momento em que se vive um assalto, ou se tem um filho entregue as drogas. O que fazer então? Se o sistema parece falecer a cada dia?
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