Calendoscopiando a Alma!

"todo poema é uma aventura planificada" (C.L.)


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sábado, 21 de abril de 2012

Inesperado

 Fonte da imagem: http://www.nequitz.com/eua/obras04.php
Quando se ama o inesperado espera-se qualquer coisa da vida.
E agora ando tão tranquila e contente. Mesmo que, diante do meu momento, ainda há muitas questões que precisam ser entendidas. Viver sem explicação  para as coisas que eu sou e  para o sentido que estou dando a minha vida já faz parte da  rotina. E quer saber? Para quê saber? A direção na verdade é o que menos importa. O caminho é o que me interessa. Aliás! A paisagem do caminho é o que me motiva. Tantos encontros não programados, e  depois também, os outros, humanos como eu, parte do todo que me cabe inteira. Quero me envolver até as vísceras e sentir a dor e o amor de seguir os sonhos. Tantos sabores novos, tantas outras formas de observar o calendoscópio da vida. E por que me restringir aqui dentro? Deixando que meus pensamentos criem lôdo e se percam em devaneios tolos. Quero experimentar o que há neste mundo, mas sem me perder ou negar a mim mesma. Posso entender, posso me envolver, e cabe a mim clivar o olhar, escolher. Parte boa de crescer é a sabedoria em não ser tão impulsiva em tudo. E presar a paz que me prometeu. Busco quem sou, e entendo que não sou sozinha neste mundo! Há tantos que me querem bem, tantos que param para me ver crescer e eu nem sei o que dizer. Ou, como agradecer? Uma torcida, uma pláteia para minha vida. Não é? afinal aqui passa de tudo: Amor, terror, drama, ação e ficção. Neste palco da minha alma, tem sempre aventura em primeira mão e contos de família para cada estação.
Tem sempre a boa fé de confiar no outro e deixar que a mesa posta seja bagunçada. O melhor é que no meio do jantar tudo muda. E quando vejo, já tô na sobremesa. ah! essa vida incerta, este fim belo! E a fé que deposito em mim e em tudo que vivo para além do que sou e sinto. Aguço sempre o olhar, procuro não me contaminar. E acho tempo paro para beber água e viver uns meses de ócio. Até quando?  Não sei. Mas de que importa? Basta a cada dia o seu mau. E hoje ser grata por respirar é a melhor sensação que há. Sabe, eu gosto de saber que o mundo vive e continua, para além dos meus dilemas e conflitos. Gosto de ver a vida seguindo independente dos meus processos internos. E depois, também gosto de saber que há uma força maior que arruma a bagunça do universo. Essa mesma força me deu o mar, o céu e tudo o que preciso para ser e sorrir. Se não tenho tudo o que quero, basta ver e fazer do que tenho o que necessito para viver. Fecho os olhos e deixo o sono chegar, aqui, em meio ao carrosel da existência, em meio as estrelas,  vejo a magia que balança o mundo e sinto a brisa suave do amor me tocar. Estou perto! Em meio as lutas, desespero, logo, logo, a próxima cena chegará. Em meu peito todo esse amor guardado se fará valer! E um chuva de fogos vou acender. Um encontro inesperado eu espero.  Quer saber? Prazer em te conhecer então!?

Vivendo no Concreto - São Paulo em primeiras impressões.




  Caminhando pelas ruas da cidade cinza vou me deixando envolver pela paisagem ao meu redor.
Tudo aqui é realidade concreta. A cada dia que vejo a luta nas mentes e nos corpos errantes percebo que, como uma formiga  perdida em um copo d'água, luta-se em vão.  A minha verdade, a sua verdade, no fundo não existem. É tudo invenção. Vivemos em uma sociedade líquida, de amores líquidos e raízes rasas. Não há mais referencial. Não há mais uma causa! A causa sou eu! O meu eu sempre fala mais alto! Perdidos seguimos,  achando que, buscando a nós mesmos, chegaremos a algum lugar de sanidade e lucidez.... Seria mesmo? doce ilusão. O que nos resta são as migalhas dos poderosos, ou a inércia epistemológica dos intelectuais acadêmicos. Nem aqueles que se formam pela população buscam ajudar ao irmão.
   São Paulo, o lugar onde o amor é artigo raro, achado em alguma loja perdida da 25 de março. Onde no fundo todos tem o rosto de um chinês. E necessitam se misturar a multidão dos iguais! Mas por dentro não se pode negar o vazio...
   E uma hora, cedo ou tarde, virá a tona a necessidade do destaque, nem que seja do recado deixado num Post It da geladeira. Eureka! O bilhete amarelo na sala branca revela então a capacidade preservar o  lugar de partida desta bosta. Onde era mesmo? ah! O caminho!
    Qual seria então esta verdade revelada em garoas de fim de tarde e em sorrisos sóbrios de moças contidas? Vai saber! Quem se destoa é sempre um bobo da corte, é sempre alguém que precisa imediatamente ser marginalizado.
     Aqui também me espanta o esforço das pessoas em manterem-se embreagadas. Embreagas de drogas, prazeres, desejos narcisistas e momentos frívolos... Estes comumente chamados de "brisas". É! realmente aqui não há aquela quentura da Bahia. Ou aquelas tardes de poesia de Salvador. A poesia aqui é dura...
      Mas... Pode se achar beleza no concreto? Até que sim. Se flores são  capazes de romper asfaltos e serem, ainda assim, flores, pode-se ser "eu" aqui. Pode-se manter a personalidade e, de alguma forma, buscar subverter a seção de achados e perdidos da Av. Paulista. Ai então, posso me submeter ao fantástico mundo da concretude amiga de braços tão cálidos! Esta que insiste em tentar me moldar segundo a sua vontade! Venha!
       Calma! Espere! Desta forma não seria eu. Ou seria? talvez fosse o marasmo da correria que me domina e me faz achar que isso aqui  é mesmo o que me resume. Não! Não! Nunca me renderei a estes braços bandidos! Posso até compreender a sua dureza, mas em essência não me contamino. Mesmo que para isso perca um braço ou entre no paraíso sem a visão. Não poderei render os meus sentidos e o meu coração a frieza do coração de muitos que já se encontram a espera de um  carrasco para sepultá-los.   
      Ainda, em minha ingênuidade baiana, e fantasiosa receptividade nordestina, compreendo que não posso endurecer a essência do meu "eu" perante a boca sem vida deste lugar tão árido! Não! aprendi desde  menina a ver a beleza do feio! E a não me deixar levar pelas primeiras impressões.
      As vezes também acho que pela minha intensidade em viver cada momento devo mesmo estar me exagerando....  Sempre ouvi que aqui tem tantas oportunidades.... E eu cuspindo no prato que desejava a anos me lambuzar!
Pronto! É sempre assim! Agente come o que quer e depois se pergunta: Gostou? Acho que sim... Sobre alguns aspectos, ainda em análise, sim! Então por  que vomitar na boca que um dia te beijou? Ah! Esses sentimentos indecisos quer possuo... Deve ser da minha pouca experiência em deixar.
     Preciso confessar algo que vivo, uma dificuldade:  É que é tarefa árdua para mim ter que deixar algo. Ter que me separar do que achava estar feito e, então, ter que começar de novo é muito doloroso para mim. Gosto de coisas mais sólidas as vezes. Gosto de chegar em casa e sentir os mesmos cheiros, os mesmos espaços os mesmos sentidos.  Não sei, me sinto desprotegida, como um bolo sem descansador quando não tenho isso....
        Preciso anotar em meu caderno de campo que, de alguma forma, tenho que trabalhar em mim a capacidade de deixar. Deixar amores, deixar pessoas. Sei lá! As vezes também acho que nasci com um espirito de salva-vidas. Isso porque  sempre tento olhar para dentro do outro e tentar dizer a ele: Não é possível esse menino, vc não vê quanto amor há neste peito? Libera esse passarinho menino e vem simbôra voar! Oxi! Não entendo mesmo....
     É Ana, nessa de querer salvar, quem se lascou fui você. Ninguém quer ser salvo, pelo menos não declaradamente. E aqui eu aprendi que devo cuidar da minha vida. ah! mas para mim não é o suficiente. Que menina problema!
      Ah! Mas deixa eu explicar! Se a minha vida, só ela sozinha, fosse única no mundo, para quê mais e mais individuos a minha volta? Então chego a conclusão: Preciso do outro para existir! Logo, sem o outro não poderei ir a lugar nenhum! E se, de alguma forma, poder ajudar e servir sinto que a minha missão foi então maior,  bem resolvida.
       Conclusão: Nasci não para mim. Nasci para o outro. Nasci para dar em todos os sentidos. Bem não assim, de um modo tão lascivo. ah! Também né? Por que a lascividade faz parte do risco, faz parte do experimentar. Mas voltaremos a este ponto depois.
       Minha mente é tão prolixa. Mil coisas em um segundo, mil planos em uma tarde.  Isso, de arriscar, aqui em São Paulo parece ser bastante perigoso!  Lá na Bahia, pulava do muro mais alto e caia no mar. Andava descalça na rua e ficava o dia inteiro cheirando a maresia. Isso? Esse prazer? Aqui não posso viver! Neste lugar é uma fuligem, um negócio de outro planeta. Mas São Paulo  apesar de tudo é bom. De algum modo alimento um amor-ódio por este lugar.
       Me desculpem se magoo alguém que me lê. Mas não posso mentir. Esta é a primeira vez que expresso meu sentimento ao morar neste lugar.
Agora, a madrugada corre e eu preciso me despedir. Outra coisa! Aqui também aprendi a madrugar. E não posso deixar de dormir. Preciso recuperar o fòlego para que as ideias não se percam assim em meio ao rio Tietê da minha mente! O que é isso!?
Então, é hora de abrir a minha rede e deitar os olhos sobre o o travesseiro. (num iludido desejo de sentir-me no Farol da Barra sentindo o vento me beijar!)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Confissão de Renascimento


 cansei de ficar esperando pelo que não depende de mim alcançar.
cansei de chorar pelo que não posso mudar. agora vou só sentar e cantar.
agora vou só deixar a vida passar. porque não sou dona de mim mesma, não mais.
desisto de tentar entender meu ser, desisto de querer responder todas as questões,
se ainda me sinto como um livro em branco.
O meu destino, a minha sentença é simplesmente ir.
Não quero te pedir mais nada, não quero que venha comigo nesta estrada.
Ainda está longe do final, toda essa madrugada.
As palavras se perdem sem sentido e o sol de manhã vem sorrindo,
me dizendo que a vida segue independente do que eu possa querer ou pensar.
O jeito é pegar o bonde de partida, deixar para trás dores e lágrimas que já não são mais.
Eu conquistei tantas coisas e agora tudo faz sentido. Quando o sol de manhã vem sorrindo,
é a hora do renascimento do meu eu menino, aquele que a dureza desses muros de concreto tentou suicidar.
Renasci e assim me liberto da sentença eterna de ser e estar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Aonde eu irei descansar a minha mente? freneticamente sinto que nada do que eu faço possue em si algum sentido. sinto que vivo mesmo no caos. Mas não seria mesmo isso? então porque reclamo tanto... se não há o que eu possa fazer agora, só me resta conviver com meus erros e não me culpar pelo que deu errado. Compreender que no fundo somos sós e precisamos viver essa condição incondicional... A vida te puxa e muitos outros que nunca souberam o que é lutar até o fim, porque desistiram no caminho, tentam te dizer que vc está errado. E a mim só resta seguir. é sempre assim. meu coração tah fechado e ao mesmo tempo quer tentar de novo... perder o medo cair de corpo e alma no precipicio....

Fico aqui pensando...

Desde que cheguei aqui estou me sentindo perdida. Quais são mesmo os meus propósitos? Será que eu passei a acreditar a vida toda em algo que não faz nenhum sentido? Sou tão contraditória, sou tão imatura e cheia de mim. uso tudo o que tenho tantas vezes contra mim mesma. Será que alguém que me lê já se sentiu assim? Não sei. Sei que errantimente eu sou... E no fundo o que eu preciso é de um renascimento. De uma segunda chance, mais uma vez. condenada em mim mesma é como me sinto. nesta condição de não compreensão. A cada nova tentativa esqueço que ao meu redor há apenas água. Amor líquido em um coração com dores sólidas. Assim me sinto. Preciso continuar endurecendo. Ser dura e esquecer que o amor poderá existir para mim... Eu tenho muito para dar e talvez não precise mesmo receber nada dos outros... somente ir....

entre sem bater....

"Se o amanhã é um mistério, porque me preocupo tanto com o que ainda virá? É tão rara a calma de um olhar. Ao conversar com Deus, dobro os meus joelhos, sinto uma brisa suave. É onde encontro esta calma, este momento de alegria, que vai além de um instante, durará eternamente em mim." (Ana Catarina Braga)

Quem Vem de Lá?

Ela... Poesia concreta.. feita por mim... por nós... por quem surgir..."O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo." (Clarice Lispecto)