Calendoscopiando a Alma!

"todo poema é uma aventura planificada" (C.L.)


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sábado, 15 de junho de 2013

Conversas com o meu Eu (Parte I): Conheço você?



Eu acho que me derramei essa noite. Não sei bem de onde veio todo esse sangue e toda essa sede... Estava bem, depois de mais uma vez falar com você. E você ter me contado sobre seu último romance enquanto a cidade pega fogo e milhares choram por conta das bombas de gás. E eu que tinha medo do apocalipse zumbi... Hahaha... Parece que não vai rolar mesmo. Que pena! Mas afinal o que eu estava fazendo naquele ônibus de volta para casa?Pensando em como me embriagar para esquecer a luta que travo com você todas as madrugadas. E consegui. Fiquei chapada de novo e  encontrei alguém para curar essa maldita ressaca depois de ficar anos aprisionada aqui dentro deste corpo em decomposição. Quem mesmo eu queria enganar??? A ela que vivia uma vida vulgar e sem sentido, dormindo o sono da inercia de estar. Fugi aqui para dentro, deixe a máscara dominar e menti... menti mesmo! Só para tentar me desculpar por ter ficado tanto tempo debaixo desses trapos velhos, fingindo ser o que não queria acreditar que podia ser. Era ela, aquele anjo que dizia nunca mais... 
E voltei. deixei dominar a cabeça, deixei sair o lobo que vivia aqui dentro. A mudança?- você me disse ontem a noite antes de beber- Ela é inevitável, acreditei mesmo nisso. E agora que ela me pegou não posso voltar atrás... Atrás! Um tempo que não existe mais, ficou para trás de nós. Essa pessoa que te ouviu por longas meia hora achou que já era hora de crescer e começar a deixar de organizar listas para viver em paz. Agora é o caos que tá na parada! Realidade concreta. Não se pode fugir do inevitável. O sentido de amar e ser amado que esta mudando afinal. 
 Mas onde é mesmo aquele lugar que você disse me levar para conhecer? Deve ser um daqueles restaurantes vintage que você adora. Tipo aforismo de mulher existencialista. Nossa não sei porque nunca tinha pensado nisso antes. Queria me livrar dessa louca que me ama, mas tenho que reconhecer que você sempre dá um jeito de me convencer do contrário. E aí eu fico onde tenho que estar, aqui do seu lado, e as vezes do lado de dentro mesmo. 
Cabecinha louca essa sua! Sonha com águas vivas em um céu de estrela e passa as noites vendo series na sua televisão de botão... Não te entendo mulher! Inflaciona toda uma civilização, vira do avesso os homens, seduz, aproveita do meu corpinho e depois vai embora! Uma louca, diriam os mais sensatos! Mas sensatez passou longe da minha forma de amar, de me amar, de te amar. Descobri a razão da sua louca genialidade! É culpa da mamãe! Ela era  tão cachaceira antes de te amamentar. Agora perdeu toda a prática, afinal a criança poderia crescer com problemas. E não é que cresceu? Você, essa doce aberração da natureza! Unicamente e exclusivamente original... Esculpida de um ato de amor, entre dois seres que não faziam a menor ideia do que estava sendo tramado enquanto se divertiam em algum motel da Bahia. E bum! Nove meses depois nasce essa menina de cabelos encaracolados e olhos grandes! Você, doce Ana! Por dentro ninguém sabia que ao nascer foram geradas duas meninas e não só uma. No dia 16 de Abril de 1988 as 7:00 am. nascia a iluminada Ana e a bárbara e gladiadora Catarina! Deu-se a luz a vida, vinda como pode! Ela se fez carne, e inclusive osso, habita entre nós!!! 

Um comentário:

Victor disse...

gostei Ana... e gostei mais ainda, Catarina!

Uma ou duas... vcs são docemente tensas!

x)

entre sem bater....

"Se o amanhã é um mistério, porque me preocupo tanto com o que ainda virá? É tão rara a calma de um olhar. Ao conversar com Deus, dobro os meus joelhos, sinto uma brisa suave. É onde encontro esta calma, este momento de alegria, que vai além de um instante, durará eternamente em mim." (Ana Catarina Braga)

Quem Vem de Lá?

Ela... Poesia concreta.. feita por mim... por nós... por quem surgir..."O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo." (Clarice Lispecto)